Policy Note n. 6 – Coordenação CMN, COPOM e Planejamento: Por uma meta de inflação funcional

IFFD

Resumo:

O presente estudo se debruça sobre as causas das oscilações das expectativas de mercado a respeito de juros e crescimento econômico, propondo uma saída prática de curto e médio prazo. Enquanto as expectativas de crescimento quase dobraram nos onze primeiros meses de 2024, as expectativas de juros declinantes se transformaram em perspectiva de alta, deixando claro que os modelos teóricos utilizados pelos principais agentes do mercado financeiro falharam em entender a conjuntura que se apresenta. Com a forte presença da incerteza e sem bases teóricas robustas, os agentes formulam suas expectativas sobre o comportamento futuro do juros com base nos sinais transmitidos pela autoridade monetária. Na ausência de uma meta clara a ser perseguida ao longo da curva de maturidade, a regra de Taylor surge com uma convenção para antecipar o comportamento futuro dos juros, fato que repercute sobre a taxa básica de juros e sobre o custo do estoque da dívida pública. Sendo assim, o texto sugere que o Conselho Monetário Nacional (CMN) altere a meta de inflação para 4,5% visando alinhar a meta brasileira com a de seus pares globais e realinhar as expectativas de mercado com os demais objetivos econômicos anunciados pelo governo, tais como: manter o crescimento da economia e estabilizar a relação dívida/PIB. Para o médio e longo prazo, recomenda-se que o CMN crie metas de juros ao longo de diversas maturidades para que o BCB tenha maior eficiência na condução das expectativas de mercado.

Palavras-chave:

Meta de inflação; Política monetária; Taxa de juros

Policy Note n. 2 – A exagerada, insustentável e efêmera redução da taxa de juros no Brasil

Fernando Maccari Lara

Resumo:

A política econômica executada no Brasil nos últimos anos apostava na redução da taxa básica de juros como principal fator de estímulo ao crescimento econômico. Nos primeiros meses de 2020 a taxa básica de juros foi reduzida pela autoridade monetária para um nível historicamente baixo e inferior ao patamar do indicador de risco soberano EMBI+. Tal opção não é nada usual na experiência brasileira e acabou produzindo um comportamento também peculiar da taxa de câmbio nominal, exacerbando no plano doméstico uma pressão inflacionária oriunda da dinâmica dos preços internacionais de commodities. No contexto de um reduzido poder de barganha dos assalariados, circunstância que já era observada anteriormente e que se aprofundou com a crise gerada pela pandemia, tal orientação de política acabou produzindo fortes efeitos distributivos contra os assalariados e rendas mais baixas, mostrando-se assim contraproducente no que diz respeito à manutenção de baixas taxas de juros de forma mais permanente.

Palavras-chave:

Taxa de Juros, política econômica, taxa de câmbio, inflação, efeitos distributivos, autoridade monetária.