Nota Pública n. 1 – Em Defesa de um Regime de Planejamento Fiscal

Por Daniel Negreiros Conceição – Presidente da Diretoria Executiva do IFFD 

Resumo:

Nesta Nota são apresentadas diretrizes que orientam uma política fiscal funcional. Em lugar de uma governança baseada em restrições fiscais, é proposto um Regime de Planejamento Fiscal. Desloca-se o cerne dos processos de elaboração e execução orçamentária do mero cumprimento de restrições fiscais arbitrárias para a aplicação rigorosa dos instrumentos de planejamento – e, consequentemente, de fiscalização – orçamentária. O Regime proposto não visa a produção de resultados fiscais previamente definidos (tais como metas de superávit primário ou de redução de endividamento), mas a consecução de objetivos tais como a busca do pleno emprego com estabilidade de preços. Ao subordinar o planejamento fiscal aos direitos sociais estabelecidos na Constituição de 1988, as ordens social, econômica e política assumem a primazia sobre o ordenamento financeiro que, atualmente, tem invertido o sentido de nossa Carta Social. Essa é uma mudança essencial para a promoção de uma sociedade mais democrática, justa e igualitária, garantindo a todos, cidadãs e cidadãos, o acesso aos serviços públicos e às oportunidades necessárias para alcançarmos o nosso máximo potencial.

Palavras-chave:

Restrição fiscal; Planejamento fiscal; Sustentabilidade; Democracia; Inovação.

Policy Note n. 5 – O impacto de mudanças salariais na dívida pública do país

Caio Vilella

Resumo:

A agenda econômica deste início de Governo Lula 3 parece estar dívidida entre conciliar os interesses dos trabalhadores brasileiros e do mercado financeiro. Se de um lado o Governo almeja conceder crescimento salarial robusto para o primeiro grupo, por outro, o ministro Haddad se preocupa em anunciar planos econômicos que prometem aumentar a arrecadação para atender a vontade do mercado financeiro de reduzir o tamanho da dívida pública doméstica. Esta nota aponta que ambos objetivos podem ser conciliados. Por meio de um modelo consistente em fluxos e estoques (Stock-Flow Consistent, SFC na sigla em inglês) amplamente aceito na literatura acadêmica buscamos fazer simulações computacionais sobre a trajetória da dívida pública doméstica sobre o PIB em casos de aumento e redução salariais. Em contraste com os argumentos obscuros e subjetivos do mercado financeiro, este método utilizado tem a contribuição de explicitar os mecânismos de transmissão pelos quais os efeitos verificados se manifestam.

Palavras-chave:

Salário mínimo; Finanças públicas; SFC.

Outras Produções n. 3 –  Nota de Repúdio à Intentona Bolsonarista de 8 de janeiro de 2023 

Por  Daniel Negreiros Conceição – Presidente da Diretoria Executiva do IFFD 

Resumo:

Em 2023, Lula foi empossado como presidente do Brasil em uma celebração democrática, mas uma semana depois ocorreu um ataque terrorista às sedes dos três Poderes da República. Os terroristas buscavam substituir o Estado de Direito por uma dominação direta através da violência. Esse episódio foi o mais violento contra a República, mas outras formas de ataque ao Estado de Direito já estavam acontecendo. Para resgatar as expectativas dos cidadãos, é necessário cumprir a Constituição Cidadã, que deve ter primazia sobre a perseguição de resultados fiscais em nome da “responsabilidade fiscal”.

Palavras-chave:

Constituição; Estado de Direito; Democracia; Responsabilidade fiscal.

Na Mídia | Jornal Estadão – MMT e a PEC da Transição

Por Simone Silva de Deos, Professora de Economia na Unicamp e Presidente do Conselho do Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento (IFFD)

Daniel Negreiros Conceição, Professor de Economia para a Gestão Pública na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Presidente IFFD

Glaucia Campregher, Professora de Economia na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Vice-Presidente do IFFD

Fabiano Abranches S. Dalto, Professor de Economia na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Diretor de Pesquisas do IFFD

Samuel Braun, Cientista Político e Diretor Executivo do IFFD

David Deccache, Assessor Legislativo na área econômica na Câmara dos Deputados e Diretor Financeiro do IFFD

Caio Vilella, Professor de Economia na UFRJ e Diretor de Projetos do IFFD

André Luis Doneux Ferreira, Doutor em Filosofia pela USP e Diretor de Comunicação

Uma minuta da PEC de Transição fez menção à Teoria Monetária Moderna (MMT), que argumenta que em determinadas circunstâncias os governos podem ampliar seus gastos, de forma planejada, em efeitos inflacionários. A proposta recebeu críticas do mercado financeiro, mas o argumento é apoiado por pesquisas acadêmicas rigorosas e evidências empíricas. O artigo busca denunciar a falta de fundamentação das reações críticas do mercado. As instituições financeiras são pobres preditores do desempenho econômico devido à sua dependência de modelos teóricos que são repetidamente contraditos pelos fatos.

Na Mídia | Estadão – Teto de gastos: revogar para governar

Por Caio Vilella, Diretor de Projetos no Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento (IFFD)

Fabiano Dalto, Professor de Economia na UFPR e Diretor de Pesquisa no IFFD

Daniel Negreiros Conceição, Professor de Gestão Pública na UFRJ e Presidente do IFFD

David Deccache, Diretor Financeiro do IFFD

André Doneux, Diretor de Comunicação do IFFD

Samuel Braun, Diretor Executivo do IFFD

Gláucia Campregher, Professora de Economia na UFBA e Vice-Presidente do IFFD

O artigo argumenta que o teto de gastos adotado pelo Brasil em 2016 precisa ser revogado para permitir que o governo aumente o gasto público e estimule a economia. A teoria monetária moderna (MMT) fornece a fundamentação teórica para apoiar a revogação do teto de gastos, pois analisa as condições sob as quais o governo pode ampliar gastos públicos sem resultar em aceleração dos índices de inflação. O governo pode aumentar os gastos em projetos sociais, investimentos em infraestrutura e incentivos fiscais para empresas, a fim de estimular a economia, superar desigualdades e levar a economia ao pleno emprego. Conclui que a revogação do teto de gastos é condição o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

Outras Produções n. 2 – Programa de Garantia de Emprego para uma Sociedade Próspera, Justa e Sustentável.

Texto da Diretoria do IFFD

Resumo:

Esse documento apresenta as linhas e objetivos gerais de um Programa de Garantia de Emprego. O documento aborda o funcionamento do PGE como mecanismo estabilizador da economia, além seu uso no combate à pobreza e à desigualdade. Algumas experiências internacionais de garantia do direito ao trabalho são brevemente apresentadas, bem como a articulação do PGE com a tarefa de transição para uma economia ambientalmente sustentável.

Palavras-chave:

Emprego; Direitos; Macroeconomia; Finanças Funcionais.

Policy Note n. 4 – Uso de Limiares de Custo-Efetividade nas Decisões em Saúde: recomendações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS

Isabela Callegari

Resumo:

Recentemente a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) lançou a Consulta Pública a respeito da adoção de um limite monetário para o gasto anual por medicamento, por paciente, denominado limiar de custo-efetividade – a Consulta Pública Conitec/SCTIE nº 41/2022 -, aberta até dia 01 de agosto. Nos posicionamos contrários a qualquer limite monetário pré-determinado que afete o cumprimento do direito fundamental à saúde e apresentamos nesta nota a fundamentação econômica, que se soma às razões éticas e às argumentações jurídicas em oposição a tal proposta. Ainda, salientamos aqui a necessidade, que também constitui uma oportunidade para o desenvolvimento econômico, da estruturação de um Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) para atender adequadamente às cidadãs e aos cidadãos do Brasil.

Palavras-chave:

Teto de Gastos; Austeridade; Regras Fiscais; Complexo Econômico-Industrial da Saúde; Licença Compulsória.

Outras Produções n. 1 – É hora de celebrar a Teoria Monetária Moderna? (traduzido do original em inglês)

Yeva Nersisyan e L. Randall Wray | Tradução por André Doneux

Resumo:

Um artigo recente no New York Times pergunta se a Teoria Monetária Moderna (MMT) pode declarar vitória depois que suas políticas foram (supostamente) implementadas durante a resposta à pandemia do COVID-19. O artigo sugere que sim, apesar da alta inflação que provocou. Na opinião de Yeva Nersisyan e do Acadêmico Sênior L. Randall Wray, a resposta do governo federal validou amplamente as alegações do MMT em relação à dívida pública e déficits e questões de solvência do governo soberano – no entanto, não representam uma política da MMT.
Esse material foi republicado com a permissão do Levy Economics Institute of Bard College. (publicado originalmente em ONE-PAGER N°. 69 | February 2022)

Palavras-chave:

New York Times; MMT; Políticas públicas; Pandemia; COVID-19; inflação; dívida pública; solvência; governo soberano.

Policy Note n. 3 – Governo sempre cria moeda quando gasta, não existe financiamento alternativo

Fabiano Abranches Silva Dalto

Resumo:

Governos soberanos, que fazem pagamentos em sua própria moeda, só se financiam emitindo moeda. Não existe financiamento por tributos ou emissão de títulos. Nesta nota, nós mostramos operacionalmente porque este é sempre o caso, mesmo quando o governo se autoimpõe regras tentando eludir a realidade. Esta nota faz exercícios operacionais, a partir de um caso geral em que as contas do governo são consolidadas e, então, mostra casos em que as contas do Banco Central são desagregadas das contas do Tesouro. Os resultados operacionais são absolutamente os mesmos, qualquer que seja o caso.

Palavras-chave:

Financiamento Público; Governo Consolidado; Banco Central; Tesouro Nacional; Emissão de Moeda.

Policy Note n. 2 – A exagerada, insustentável e efêmera redução da taxa de juros no Brasil

Fernando Maccari Lara

Resumo:

A política econômica executada no Brasil nos últimos anos apostava na redução da taxa básica de juros como principal fator de estímulo ao crescimento econômico. Nos primeiros meses de 2020 a taxa básica de juros foi reduzida pela autoridade monetária para um nível historicamente baixo e inferior ao patamar do indicador de risco soberano EMBI+. Tal opção não é nada usual na experiência brasileira e acabou produzindo um comportamento também peculiar da taxa de câmbio nominal, exacerbando no plano doméstico uma pressão inflacionária oriunda da dinâmica dos preços internacionais de commodities. No contexto de um reduzido poder de barganha dos assalariados, circunstância que já era observada anteriormente e que se aprofundou com a crise gerada pela pandemia, tal orientação de política acabou produzindo fortes efeitos distributivos contra os assalariados e rendas mais baixas, mostrando-se assim contraproducente no que diz respeito à manutenção de baixas taxas de juros de forma mais permanente.

Palavras-chave:

Taxa de Juros, política econômica, taxa de câmbio, inflação, efeitos distributivos, autoridade monetária.